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domingo, 13 de maio de 2012

Rearrumando as malas

É hora de partirmos para o hostel. Sem antes, é claro, comprarmos mantimentos para o nosso segundo trecho de trem na Transiberiana. Haja miojo na bagagem!!! Estamos ficando experts. Além do macarrão com carninha (carneiro, vaca, galinha ou porco), encontramos também outras variedades: purê de batatas no lugar do miojo ou um treco que a gente ainda não sabe se é um arroz diferente, se é soja, se é trigo ou nenhuma das alternativas acima. O fato é que o menu será mais variado nessa nova etapa da viagem.


Estávamos quase chegando em casa, quando nos deparamos com a cena abaixo. Um cara estava completando seus galões de água no meio da rua, em um quiósque próprio para isso. Isso a gente nunca tinha visto antes! A ideia parece ser boa, já que o cheiro da água das torneiras aqui na cidade não é dos mais agradáveis.



Chegamos ao Hostel...



Passamos pelos corredores....




E o que estava nos esperando bem geladinha no frigobar????



Para acompanhar a breja, um pote de cogumelos dos mais variados tipos. Hum....




Bom, agora é hora de comermos algo de verdade, pra forrar o estômago, arrumar as malas, juntar as coisas e esperarmos pelo táxi. Neste momento são 9 horas da noite em ponto. O táxi chegará às 2h30, pois o trem sai às 4 horas da matina.

Serão 49 horas de viagem. Portanto, um refresco para vocês de post - os trens aqui não têm internet...
Nos falamos novamente de Irkutsk, que são três horas mais do que em Yekaterimbug, que são duas horas a mais do que em Moscow, que são cinco horas a mais do que em Brasília. Façam as contas!

Um superbeijo. Nos vemos!!


Último rolê por Yekaterimburg

Nossa andança continuou. Passamos por outras igrejas, casinhas, bares, restaurantes...







Até que fomos terminar à beira do rio novamente. Mas agora na parte em que ele é uma represa. As pessoas também curtindo o local do jeito que podem. Estão todos aproveitando a chegada do calor, depois do frio intenso.

Resolevemos perguntar para um casal Eurasia (ele, oriental e ela, ariana) que horas eram. Eles disseram e ele imediatamente perguntou se éramos estrangeiros. Dissemos que éramos do Brasil e ele emendou logo num inglês ching-ling: "Bá-sil. Beautiful country!" Puxou um pouco mais pela memoria e acrescentou: "Amazon, football"...

Não podia deixar de ser, né? rs.









Agora uma enquete: é bonito o dourado dessa igreja, não?


E do carro? Vocês comprariam um assim?

Pois é... tem gente que compra....


A igreja controversa

Enfim, chegamos ao nosso objetivo: a igreja construída sobre o sangue derramado. Dizem que esta é uma das igrejas mais caras da Rússia, mas não é possível tirar fotos do interior dela. Engraçado é que para entrar na igreja, os homens não podem ter nada na cabeça, enquanto as mulheres são obrigadas a ter. Célia sacou seu cachecol de lã da mochila e improvisou um lenço na cabeça. Deu certo.

Realmente a igreja parece ser muito rica. Na entrada, já é possível observar o tanto de riqueza. Mas é preciso subir uma pequena escada à direita para ver onde realmente acontece a cerimônia. As pessoas ficam em pé, enquanto dois padres (será que é esse mesmo o termo correto?) celebram uma espécie de missa. De repente, um deles empurra uma parede falsa do altar, entra e some. O outro continua celebrando a missa. Vem lá de dentro também o som de um coral que vai ajudando a promover o encontro religioso. É bonito de ouvir.

Esta igreja tem história. É tudo meio confuso, mas é mais ou menos assim, pelo que entendemos de tudo o que lemos: na noite de 16 de julho de 1918, o Tsar Nicholas II, sua mulher e filhos foram assassinados no porão da casa de um engenheiro, conhecido como Dom Ipatyeva. Os ossos da família foram encontrados depois a alguns quilômetros de Yekaterimburg. Para uns, os assassinos queimaram os corpos. Para outros, jogaram ácido.

Até a polícia forense da Inglaterra entrou no meio da história para comprovar que os restos mortais encontrados anos mais tarde eram realmente da família Romanov. A probabilidade foi de 87,5%. Nessa confusão toda, parece que uma das filhas conseguiu escapar de ser assassinada. Enfim, a igreja  ortodoxa depois canonizou o Tsar e sua família como mártires.

A igreja, construída no local do ocorrido, gera muitas controvérsias entre os russos e os historiadores. Mesmo o Sergey, que nos deu várias dicas sobre a cidade no trem, não nos recomendou que fôssemos visitar o local. Enfim, somos curiosos e fomos. No mínimo, é uma linda igreja a ser visitada.





Pelas casas, parques e igrejas

Continuamos nossa caminhada pelas ruas e avenidas da cidade. Algumas delas nos levam a cantinhos bem escondidos, mas muito bonitinhos. É interessante saber como as pessoas moram por aqui. Yekaterimburg é uma cidade cheia de "bequinhos". Você não dá nada por aquele lugar e, quando olha novamente, vê que é a entrada de uma vila ou um hotelzinho. Alguns cantos parecem até com as entradas das superquadras de Brasília.






Andamos um pouco mais e fomos parar em um parque. Como é domingo, ele estava cheio de crianças e famílias. O local é bem agradável.











Eis que surge, logo atrás do parque, uma igreja. Está sendo repintada agora. Tá tinindo. E se parece mais com a arquitetura das nossas igrejas. Confiram:








Domingão em Yekaterimburg

Como o dia se prolonga até 9h, 10h da noite por aqui, torna-se um convite para dormirmos até mais tarde. Afinal, teremos muito tempo de sol ainda pela frente. Célia acordou por volta das 11 horas e eu, às 13 horas. Tomamos banho, café da "manhã", ajeitamos algumas coisas e fomos curtir o domingo de Yekaterimburg.

Com o guia nas mãos, partimos hoje em direção ao sul da cidade. Após caminharmos um pouco pela tarde agradável de domingo, nos deparamos com Museu Militar. Tinha até um restaurante CCCP.





Olhamos para a direita e tinha uma praça com fontes de água. Muita gente curtindo o domingão por ali. As crianças principalmente.





Mais alguns metros depois e estávamos em uma área de tributo. O local era muito bonito, com estátuas, monumentos e muitas flores. Não sabemos a que exatamente. Apenas que se tratava de guerra e do período de 1979 a 1989. Célia e eu devemos ter faltado a essa aula na escola....











Vista panorâmica:



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